Mortos
De alguém
Ou mesmo nos olhos
Tortos
De alguns
Dos que me rodeiam sem rumo
E sem esperança.
Talvez na esperança de outros tantos que sobrevivem
E vivem amores eternos
E ternos amares.
Encontrar-te nos ternos
Olhos
De uma mulher
Amada,
Ou no peito
Amado
De alguma
Mulher,
Qualquer uma, duas,
Mil e uma,
Duas mil
E umas.
Talvez na dor de um amor perdido
Ou no feliz encontro de um amor
Lascivo
E insano,
Apenas
Um, dois,
Mil e um,
Dois mil
E meus.
Encontrar-te, talvez, no gosto quente e uma mulher
Mais amada,
Mesmo que inexistente,
Num lírico e ofegante
Delírio.
Possibilidades infindas para o encontro de um poema
Único e meu.
Por ora
Só sei de mim e não sei pra onde
Vou,
Mas irei, sem medo, entregue ao sabor dos ventos
E dos mares
E dos amores
Sem fim,
Dos ardores
Cortantes,
Dos intensos
Amares.
Só sei de mim como um
Ser
Poeta
Mesmo que o menor dos poetas
Loucos,
Um aprendiz.